Aviso:

Aviso:

15 de maio de 2011

Entrevista com Ser Desperto - “Manuelzinho”

Entrevista com Ser Desperto - “Manuelzinho”.

O conscienciólogo Jarbas Paranhos, médico, realizou uma entrevista admirável com o Sr. Manuel Ferreira, em sua residência em Minas Gerais, que foi publicada no jornal “IIPC News” no ano 2000. As perguntas têm base no capítulo 672 do tratado “700 experimentos da Conscienciologia” de 1994. O Sr. Manuel Ferreira foi reconhecido como Ser Desperto (desassediado permanente total) pelo Prof. Waldo Vieira e demais pesquisadores do IIPC.

Breve histórico do entrevistado: Manuel Ferreira, conhecido como “Seu Manuelzinho”, tinha na época 86 anos de idade, viúvo e vivia com seus filhos em Monte Carmelo (MG) até o seu falecimento (dessoma) no ano de 2008. Em 1947 casou-se, tendo 8 filhos. Seu primeiro contato com o parapsiquismo começou com a doença de sua primeira filha. Em Monte Carmelo era conhecido por ser um extraordinário exorcista e por resolver casos insolúveis como possessão maligna e despachos umbandistas. Tornou-se mais conhecido do público do IIPC quando o Prof. Waldo Vieira o visitou em 1997, acompanhado de dois ônibus lotados com pesquisadores da Conscienciologia do Rio e de São Paulo. Manuel chama por mediunidade o que definimos por parapsiquismo. Ao contrário do que alguns pensam a erudição intelectual não é um fator imprescindível para a desperticidade, mas quando presente a enriquece muito.

JARBAS: Como, quando e porquê o senhor se interessou pela multidimensionalidade?
MANUEL: Minha primeira filha ficou doente e os médicos não conseguiram curá-la, até que me disseram para levá-la a um “curador” que vivia à beira do rio Paranaíba. Eu fui até lá: era uma cura espiritual e pela primeira vez, vi uma comunicação mediúnica. Mas achei aquilo importante: um sujeito analfabeto discursando como uma pessoa culta. O grande mal da humanidade é a ignorância, a falta do saber. O saber e a virtude são como asas: são necessários ambos para que o espírito alce vôo às alturas. O homem que tem os dois é um espírito evoluído. Em 1946 fui para Patrocínio e iniciei um trabalho espírita. Recebi a comunicação de maués pais, os quais não cheguei a conhecer e que já deveriam estar mortos. Desde 1947 venho trabalhando e estudando mais ou menos. porque não tive a base. Aprendi a ler com o Evangelho. Fui católico fervoroso, “comedor de hóstias”; ia mais à igreja para arrumar namorada do que rezar... Tinha muita facilidade para aprender, mas não pude continuar a estudar. Em 1948 passei a realizar os trabalhos em minha casa. Quando começou a juntar gente demais aluguei um barracão perto do colégio. Depois conseguimos comprar um lote e construímos o nosso centro onde estamos até hoje. Nossa vida é uma viagem. O negocio é aproveitar bem esta viagem. O negocio é aproveitar bem esta viagem. A mola real da vida e do progresso é a caridade. E caridade não é só dar dinheiro. Eu nunca tive dinheiro. A caridade de mil maneiras se pratica. As vezes com pequenas coisas como conversar com um velho analfabeto como eu (risos). As coisas preciosas são aquelas que levamos conosco, dentro de nós, principalmente o saber.

JARBAS: O senhor considera a projeção da consciência uma ferramenta de assistência às outras pessoas?
MANUEL: O parapsiquismo é igual à uma faca de dois cortes: se preparada corta bem, senão corta a mão da gente. O desdobramento (projeção consciente) é muito bom porque você pode sair do seu corpo, ir a uma colônia espiritual e trazer um recado ou uma informação nova. Todo parapsiquismo é muito bom, se a pessoa estiver preparada.

JARBAS: O senhor percebe que está sendo assediado por consciências extrafísicas? Em caso afirmativo, como se dá esta percepção?
MANUEL: Percebo. Pelo ambiente do local, pelo fluido que emana da pessoa, pelo tipo do seu corpo, pelo jeito da pessoa olhar. Tudo isso dá para perceber se aquela pessoa ou local está obsidiado. Você se afiniza às outras pessoas ou espíritos pelo seu sentimento. Se seu sentimento é grosseiro, você vai atrás de sentimentos grosseiros. Não há céu ou inferno. Inferno ou céu está dentro de nós mesmos. É nossa consciência. A Terra é a mesma, o problema é a vibração dos pensamentos humanos. Porque o pensamento é a maior força existente no planeta. Você mesmo, que é jovem, pode fazer muita coisa pela humanidade, pelo seu próprio exemplo de viver. O trabalho que o Waldo faz já é mais elevado. Eu li o seu livro.

JARBAS: Qual? O livro “Projeções da Consciência”?
MANUEL: É, este mesmo! Achei impressionante quando ele fala que saía do corpo e pegava o menino dele e ia voar pela praia, por cima do mar. O difícil é o sujeito ir e trazer o recado. Porque a gente sonha todo noite que está com os espíritos, mas não lembra nem da metade. É raro uma pessoa contar um sonho inteiro. Isso faz parte da evolução do espírito.

JARBAS: Como o senhor se defende do assédio?
MANUEL: Do obsessor, você se defende é com sua própria moral. É como as trevas: as trevas não agüentam a luz. Então você se defende não é só com argumento, mas com amor também. Tem poucas que “pelejam” para desassediar e com poucas palavras nós conseguimos. Isto porque vemos nele um irmão, um espírito doente, que você deve tratar como seu próprio filho. Conheço parapsíquicos muito inteligentes que não conseguem muita coisa, porque falta-lhes amor.

JARBAS: Quando foi a última vez que o senhor percebeu que estava sendo assediado?
MANUEL: Não. Nunca tive isto não. Porque toda hora que você fica com raiva de alguém, com vontade de fazer o mal para alguém, você está assediado. Por exemplo: a pessoa vai discutir com você, não se firme nela não, porque a palavra tem um magnetismo terrível! Se ela está discutindo com você, então você pensa “alto”, elevado, deixa ela falar primeiro, aí você entra com acerto. Mas, se você responde no mesmo nível, com raiva, você já está assediado, dominado.

JARBAS: O senhor consegue ativar suas energias pela própria vontade, quando e onde quiser?
MANUEL: Sim. Às vezes tem esta energia. Eu uso um pouquinho do que sei como o pensamento no bem, que é a maior força. Com o pensamento no bem, espírito nenhum dá conta de chegar. Agora... enquanto estou aqui falando com você, existe um círculo magnético em volta da casa. Obsessão não entra aqui não! Não entra não! É a nossa energia, nossa capacidade de pensar no bem. Se nós começamos a pensar balela aqui, eu abro as defesas e os assediadores desembocam todos aqui.

JARBAS: O senhor promove a expansão e ligação de sua aura com a de outras pessoas para assistência e desassédio?
MANUEL: Não! Com o assediador e o assediado é com conversação. Ensino um conselho que nós damos, sustentados pela nossa moral. Tanto que, se você quiser desenvolver a mediunidade (parapsiquismo), você deve desenvolver primeiro o sentimento. Não é só o saber não. Desenvolvendo isto, você fica simpático dos bons espíritos e eles te ajudam de acordo com seu nível de pensamento, de seu ideal elevado e seu sentimento no bem. Eles te usam. Você se torna um instrumento de acordo com sua capacidade (minipeça). Eles usam nosso material: o saber e o sentimento amoroso (o PENSENE começa pelo PEN).

JARBAS: O senhor falou que sente o “fluido da pessoa”. Como o senhor explica e percebe este “fluido”?
MANUEL: Sinto aquela energia que sai de mim para a pessoa. Principalmente quando eu levanto para falar. Eu falo alto, expressivo, com português correto.

JARBAS: O senhor consegue ativar esta energia pela sua própria vontade, quando deseja?
MANUEL: Esta energia vem porque eu faço a minha parte. Porque a energia está conosco a toda hora. Quando você quer fazer alguma coisa para o bem, então ela vem te ajudar. Se for para o mal ela também vem. Se você pensa, você atrai a energia e sintoniza com isso. Mas a energia vem. Eu chamo de inspiração. Porque a inspiração é assim o espírito lembra aquilo que você sabe. Agora... eu aconselho muito que a pessoa se abrace com uma árvore e absorva sua energia, principalmente mangueira e eucalipto. Eu raramente faço isso. Eu “busco” energia é com o pensamento. Utilizo a palavra. Eu preciso da imagem e a palavra é uma imagem. Esqueço tudo que está em volta e estendo a mão. É como se eu estivesse sozinho. Se é um ambiente muito preparado, isto me ajuda. Se não, eu uso a palavra. Então esta energia está aí e a cada dia eu descubro novas energias. É uma beleza! É só você usar. Tem que trabalhar nela e no sentimento, usando-a para o bem.

JARBAS: O senhor já sofreu variações de humor repentinas?
MANUEL: Não. Às vezes as pessoas querem abusar de mim, me insultar, mas tolero bem porque eu penso: qualquer coisa que eu fizer aqui, reflete na minha família e nos meus filhos. Porque sempre fui forte devido ao trabalho grosseiro, mas tolerava. Recebia aquele choque, aquela vibração ruim, mas não me firmava nela não. Isso é energia, não é!?

JARBAS: Então, o senhor nunca sofreu obsessão?
MANUEL: Não! Não! Mantive sempre a serenidade porque esta vida é uma viagem muito interessante. De modo que estas coisas não me incomodam.

JARBAS: O senhor já sofreu algum trauma psíquico ou acidente grave que tenha marcado sua vida?
MANUEL: Psíquico não. Acidente material muitas vezes. É a viagem da vida e se a gente tiver calma, tudo vai bem. Nós não estamos sozinhos. Os espíritos estão conosco. Eu agradeço muito a eles, porque não conheci meus pais, vivi sozinho e não aprendi a beber, a jogar bola, nem nada. Esse foi o exemplo que dei para meus filhos.

JARBAS: Como o senhor vê o momento atual do nosso planeta?
MANUEL: O mundo está em transição. É a época da grande transformação e sempre para melhor. A Terra nunca esteve tão bem com agora. Consertando o Homem, conserta-se o mundo. Quando nós modificamos nossas tendências e conseguimos amar, o mundo ficará melhor... Nós somos iguais à uma pedra jogada de um monte: à medida que vai rolando, vai quebrando as quinas, ficando lisa e rolando mais rápido.

JARBAS: O senhor gostaria de acrescentar algo?
MANUEL: Não. É só isso. Agora... é bom ser pobre quando não sabemos lidar com dinheiro. A maioria das pessoas não sabe. Pobre sim, miserável não. Mas com tanto que não falte o necessário. Para que mais do que isso? Tirando as dores do velho, eu até que sou feliz! (risos).